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 Senhor da Morte

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AutorMensagem
Louis Juson
Mestre do Sopro
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Louis Juson



Ficha
Arquétipo: Bardo
Personalidade: Idealista
Nível da Reputação:
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MensagemAssunto: Senhor da Morte   Senhor da Morte EmptyDom Nov 17, 2013 11:28 am

TESTEMUNHO DOS ABNEGADOS

Escrito por: Mastagendór Alicante Místico Necromante Abnegado Erudito e Abade da Cripta de Constância.                                                                                     

- Pois de fato tudo que sabemos são lendas ou apenas contos escritos em pedras e livros...

O dia não é descrito nesta página que sugere o primeiro relato daquele que viria ser o Senhor da Morte! Mas sabe-se que foi durante os festejos da nova colheita... Escrito na gruta das Lépias: “Lembro que havia olhado para ela e nossos olhos se encontraram, aquele instante durou uma eternidade. Pois de fato já havia visto ela e todos da aldeia também. Uma beleza única! Gestos gentis e de andar delicado e discreto...”

“- Vida!”

Um nome mais que apropriado para ser a sua esposa. Segundo os escritos do próprio punho do Senhor da Morte...

“- Ela exalava energia e felicidade, coisa comum de meninas na idade dela que neste tempo completava dezessete anos de idade... Contudo, outros queriam a atenção dela, mas ela refinadamente afastava-se. Apenas comigo ela conversava e sorria gentil e feliz.”

“- Alguns amigos haviam avisado que Mabrok, o melhor guerreiro de nossa aldeia, estava voltando da caçada e que trazia presentes para o Pai da jovem Vida. Com certeza ele seria bem aceito como marido e ela não teria como negar. Logo percebi que eu deveria agir primeiro... Passado dois dias conversei com Vida, e juntos decidimos nos unir... Fomos para a gruta perto da trilha que vai para o deserto.”

“- Foi á noite mais mágica que pude sentir naquela época!”

Nosso Mestre o Senhor da Morte descreve esta passagem com demonstração clara que estava apaixonado pela Vida.  “Vida era puro encanto... Doce... Delicada... Generosa como a mulher apaixonada por um Rei!” Assim descreve nosso Venerado Mestre!

“- Eu transbordava de alegria e não queria mais sair daquele ninho que havia feito para nós dois. Porém, era preciso sair e contar aos pais de Vida o que havíamos feito.”

Nesta parte notasse a grande preocupação que o Venerado Mestre tinha para manter a amizade dos pais de sua amada... Ele estava sobre o dilema de seu ato e as consequências que sem dúvidas iriam cair sobre ele e sua jovem esposa. Depois de muitos encontros para explicar, os pais silenciaram seus xingamentos... Mas, também determinaram a partida deles daquela aldeia... Foram morar na gruta perto da trilha que vai para o deserto.
Logo veio a noticia que Mabrok havia voltado e que havia ficado muito agressivo e inconformado com toda a situação que foi criada. Todos falavam que ele viria para uma luta mortal... Com certeza Mabrok estava determinado a matar o atrevido que desposou Vida, pois de fato, nosso Venerado Mestre não conseguiria aguentar um combate com Mabrok. Talvez Mabrok soubesse disso! E assim mandava seus amigos espalharem boatos que viria para um combate mortal...
Nesta parte o texto retrata os detalhes daquele instante que aguardava o aparecimento do grande Juiz da Morte... O nosso Venerado Mestre o Senhor da Morte!

“Uma noite tive um sonho: Na época este sonho estava esquecido... Depois, foram aos poucos revelando que o sonho era de fato minha premunição sobre aquilo que ainda viria acontecer... Naqueles dias eu comi muita raiz de mandrágora e bebi muito chá de verbena, manjericão e coentro... Eu sabia que Mabrok era aparentado de nossa Mística Virginia e com certeza ela faria uma magia para eu me danar. Porém, os dias foram passando e logo podia apalpar e ouvir que dentro do ventre da minha querida Vida uma semente germinava... Vida estava grávida. Eu seria Pai! Foi muita alegria poder conviver com Vida e lhe agradar com frutas e doces de mel... Bebíamos chá de hortelã enquanto fazíamos nossos planos...”

“Vida começou a sentir muita dor! Fiquei preocupado e naquela noite quase não consegui dormir...”

“Vida gritou!”

“Mas naquele instante eu estava buscando água... Lembrei que eu não quis acordá-la e por isso nem olhei para ela apenas sai para buscar água... Meu coração batia forte e quase nem respirava de angustia e medo... Porém, quando cheguei perto... Ela estava no chão e tremia em agonia, havia muito sangue espalhado por todo o chão e junto ao seu colo um pequeno corpo banhado pelo sangue e ainda ligado nela pelo cordão umbilical...”

“- Vida! Vida! Vida! O que houve amor?”

"Respondeu ela que estava morrendo... A criança havia morrido... Suas últimas palavras diziam para que ele tivesse força e esperança... Disse ela: - Continue!”
(- Estou morrendo meu homem! Nossa criança... Esta morta! E eu não tardo em ir também! Seja forte! E continue...)

Ela fechou os olhos e tudo escureceu para os olhos que via a mais triste imagem... Apesar de ainda estar com o coração batendo ele também morria naquele instante... Não havia como conceber tal situação em uma vida que tudo passava no crivo do querer, pois, sempre teve firme sua confiança naquilo que queria... Estava sem palavras e sem controle... Suas palavras escritas na gruta foram desenhadas com sangue e fica explicito o sofrimento que sentiu!

“- Abaixei-me e abracei aquela que me levava ao delírio quando nua em meus braços... Todas as vezes que a beijei vieram em minha mente... Todas as carícias que dei e recebi dela... Cada toque no sexo, cada orgasmo pude sentir nos dias que se passaram e eu nem fome senti... Não bebi e nem levantei daquele mesmo lugar onde Vida morreu...”

“- E meu filho?”

“- Meu Filho! Você não teve culpa! Foi a Inveja deles... Não sei! Eu não sei!”

“- Minha mão direita juntou aquele monte de carne mesclada com sangue... E foi ai que consegui chorar! Eu chorei até minhas lágrimas encharcarem o meu rosto... Sentia muita dor! Precisava fazer algo... Demorei até depositar meu filho no chão e deitar minha Amada Vida no chão! Depois caminhei sem saber o que fazer... Meus pensamentos estavam embasados pela dor... Eu ria e depois chorava como um desatinado e louco.”

O Senhor descreve o fenômeno que determinou o inicio de seu poder... Toda a filosofia que iria modelar seu pensar começou a fluir em seus questionamentos... Ficou evidente para ele que havia um poder sendo colocado em teste naquele instante trágico e ao mesmo tempo determinante para todos que vivem no Mundo.
Haviam passado dois dias... A carne começava apodrecer e exalava o fedor da morte... Em um ato desatinado e sem lembrança real deste momento, ele nota o peito dilacerado, aberto, sente na boca o gosto de sangue e foi assim que a imagem veio em sua mente... Havia comido o coração de sua amada Vida... Em desatino e amargurado havia perdido toda razão... Havia enlouquecido!

“- Não! Eu sei que não poderei ter você comigo, mas o seu coração andará eternamente comigo... Levarei você até a eternidade e juntos iremos conviver para sempre... “

“Gritei tanto!”

“Minha voz ficou rouca e quase não parava de falar... Sei que limpei o lugar e ali mesmo na gruta fiz o tumulo de minha amada Vida e de meu filho... Foram mais de sete dias... Selei a entrada com pedras... Junto deixei minhas lembranças da amada Vida!”

“Durante outros sete dias, eu andei pelos caminhos e pelas trilhas entre o mar e o deserto... Comi mel envenenado sem saber... Tive muita dor até conseguir vomitar. Então fui falar com os aldeões... Eles foram rancorosos e quiseram ver o tumulo da Vida... Mabrok quis lutar comigo e não fui capaz de me defender... Fui arrastado para morrer no deserto pantanoso...”

“- Por quê?”

“Eu apenas queria ser feliz e viver com a minha amada Vida!”
“Porque a morte tem que vir antes de eu envelhecer?”
“O que fiz aos Deuses para eles rogarem tamanho castigo?”
“O que devo fazer agora?”

Agonia e choro! Foram constantes naqueles dias... Além da fome, da dor pelos ferimentos e o sofrimento pela perda ainda foi picado por insetos peçonhentos... Ela, a Vida não saia das lembranças...

“- Por que a Vida tinha que morrer?”
“- Por que vocês Deuses tinham que mata-la de forma tão cruel?”
“- Se não foram vocês então porque permitiram isto acontecer?”
“- Ela não tinha nem uma maldade! Apenas amou um homem que também a amava com toda força que se pode amar!”

“- Por quê?”

Nada mais existe de escritos na gruta sagrada. E este é o único que trata desta passagem sobre nosso Venerado Mestre. Passado por tamanha dor e logro ele acabou resistindo... Pois em outros lugares encontramos as palavras dele escritas por ele ou pelos seus discípulos. No deserto perto daquela região na Trilha de Mabrok existe uma pedra com o primeiro enigma da morte...

“Sendo dor a morte pode superar sua própria cura?”

Muitos Místicos discutem este enigma. Contudo, apenas alguns poucos Necromantes Abnegados, ainda caminhantes deste Mundo, sabem e entendem qual valor e importância existe em saber se a morte e a dor seriam a mesma coisa, e sendo, poderia ser curada?

O Mestre Martírio, desenvolveu um tratado sobre este enigma...
(- Nada mais importa para aquele que morre neste Mundo. Sendo apenas um corpo em decomposição será consumido e seu valor esquecido. Nosso Venerado Mestre ensina que a dor da morte sugere uma dor comum... Sugere medo de não ser mais quem era e de não ter mais o que tinha; e se esta dor for tratada como uma dor comum? Poderia esta mesma dor ser curada? A morte pode ser evitada?)

Desta forma os Necromantes Abnegados iniciam suas manifestações neste Mundo, procurando sua própria resposta sobre a dor e a Morte. Seguindo nossas buscas sobre os testemunhos daquilo que foi dito pelo Venerado Mestre, chegamos mais para dentro do deserto das Serpentes... Existe uma caverna habitada por escorpiões e serpentes negras, além dos Morcegos Vampiros. Nela encontramos os outros enigmas primários sobre a morte.

“Assim como sinto a Vida dentro do meu corpo, posso sentir a de outros?”

Aqui fica claro que as lembranças da amada Vida ainda perturbavam nosso Venerado Mestre. Possivelmente ele sofria muito a sua falta, seus carinhos e sua presença... Contudo, existe um enigma nesta escrita. Uma pergunta que sugere saber se ele poderia sentir a mesma sensação se tivesse vivido esta experiência com outra pessoa. Evidentemente o Senhor questiona se isto é de fato o amor que nutria ou o fato de desejar intensamente sua amada. Ou ainda mais, seria a condição que tudo aconteceu? Pois até o coração de sua amada ele comeu com a intenção de ter ela sempre consigo. Muitos Necromantes Abnegados procuram evitar este enigma, preferem o outro que também esta nesta caverna e dispõe uma questão mais geral sobre a real forma de sentir a morte e assim conviver com este paradigma.

“Na morte nossa vontade se dissolve? Na morte podemos manifestar nosso desejo?”

Agora temos o objetivo de estar buscando a razão de estar vivo e consequentemente o motivo de entender a morte como uma forma de cura sobre aquilo que sentimos; nossa dor.
O Senhor da Morte mesmo explica em outro enigma, o fenômeno manifestado no cosmos, pela qual chamamos de morte. Segundo suas próprias palavras:
“- Existem três forças ou manifestações constantes e alternantes no cosmos. Uma é a manifestação da vida. Outra a consequência disto determinando o nascer de outros para manter o ciclo e assim culminar na morte. Resumindo: nascer, viver e morrer sugerem apenas movimento e nada mais do que isto. Pra dar lógica nisto perceba os moribundos e sua agonia, coma uma fruta azeda e sinta o amargor dela, depois beba veneno e agonize com a dor em suas entranhas... Verá que isto é universal. Sempre será assim... Contudo, inflija a lei do cosmos e notará uma mudança nesta linha que chamamos de destino. Note que se você vomitar estará aliviado do veneno e não sucumbirás a dor ou mesmo a morte inevitável que sem dúvidas viria depois de ingerir veneno. Então temos aqui uma mudança no processo? Quero e desejo mudar o corpo morto para um corpo que ande e fale novamente... Como posso fazer isto acontecer?”

Este enigma consegue despertar o discípulo para buscar uma resposta sobre a possibilidade de fazer um corpo morto andar e falar. O Senhor da Morte ainda tinha este enigma como uma possibilidade e depois de uma intoxicação grave de veneno, oriundos das carnes e cogumelos que comia, além das picadas dos insetos peçonhentos, teve uma resposta em sua própria imagem... Ao olhar-se em uma poça de água notou sua palidez e suas unhas pretas seus olhos vermelhos, sua boca roxa...
"Para curar-me bebi água, busquei a cura e encontrei minha voz interior e obedeci. Porém, as dores ficaram terríveis ao ponto de ficar desacordado durante um tempo..."
Relata o Venerado Mestre e Senhor da Morte:
“Eles estavam sentados na grama verde, rindo e comendo bolos e frutas... Entre eles havia uma menina de nome Bondade e ela falava sobre as flores e de uma amiga chamada Eternidade que precisava ser libertada e somente eu poderia fazer isto... Mostrava um caminho entre pedras, uma floresta e um pântano que ao longe podia ser visto uma cordilheira coberta por gelo eterno. Depois tudo escurecia e um nevoeiro escarlate cobria aquele lugar...”

Neste estágio os Necromantes Abnegados falam com os mortos ou almas no mundo dos mortos.  Esta condição determina o primeiro poder dos Necromantes Abnegados. O Necromante agora é um Penitente Abnegado.

Os mestres dizem:
(- Mantenha o foco e concentre em sua Confiança, em sua Vontade!)
Pois o Senhor da Morte disse isto também.

“- A Confiança determina tudo que queremos e desejamos.”
“- Quando somos comuns não vemos nada, basicamente estamos mortos apesar de caminhar, respirar e comer. Nada percebemos sobre a real condição nossa neste Mundo...”

Em uma das saídas da caverna existe o enigma do exagero...

“Beba todo o sangue do Mundo e morra de fome!”

O Senhor da Morte diz isto para alertar sobre o orgulho e sobre a soberba de quem detém o dom Místico do Necromante Abnegado. Apenas nosso quinhão deve ser protegido e guardado. Nada mais do que precisamos devemos ter. Um lugar para nosso repouso, um ninho para dormir e descansar nosso corpo da peregrinação do dia. Um pouco de mel e carne cozida e temperada com sal, coentro e orégano. E um bom gole do nosso próprio sangue... Muitos textos do Senhor da Morte tratam da conduta, da postura que o Necromante Abnegado deve ter na sociedade dos comuns, muitas sugestões sobre a alimentação saudável para manter o foco no enigma principal.

“Agora que a morte veio, devo compartilhar minha casa com os outros?”

Este enigma se chama o enigma Principal, escrito em uma árvore petrificada no Pântano do Nevoeiro em Creviquia. Este texto mostra que o Senhor da Morte temia a arrogância de quem viesse seguir seus passos. Provavelmente ele deve ter enfrentado este desafio também.
No Pântano do Nevoeiro em Creviquia existem muitos sinais da presença do Senhor da Morte. Lá existe uma árvore chamada Ranunga negra, ela produz madeira dura como metal de ferro e foi desta árvore que o Senhor da Morte cortou um galho que fez seu cajado para no inicio evitar as areias movediças que lá são comuns. E que adotou como sua arma de estimação.

“- Lembro que peguei a vara de Ranunga negra e lapidei esfregando-a nas pedras que ali havia. Deixando meu desejo focar-se em guardar força para minha Confiança e Vontade.”

No Pântano do Nevoeiro os escritos falam do apodrecimento. É sugerido que inevitavelmente todos apodrecem e que até mesmo o mais duro metal se desgasta com o passar do tempo. Isto sugere a morte das coisas que não estão vivas. Foi aqui que o Senhor da Morte encontrou o soldado gladiador Legião. Estava o Senhor da Morte escapando de um felino sarnento, quando encontrou vários cadáveres de soldados. Pouco tempo havia se passado daquele combate entre eles... O Senhor da Morte havia se entretido com os cadáveres e não viu a aproximação do felino. Porém, quando o felino ataca, o Senhor golpeia-o bem na cabeça deixando o animal atordoado, seguindo então o segundo golpe que acertou as pernas do bicho deixando ele deitado. Assim logo o Senhor da Morte deu o golpe mortal no animal furando o pescoço com a parte inferior do cajado. Sem esperar o Senhor da Morte grita aos céus o rito do Chamado...

“- Venha comigo e serás imortal!” (Nem uma lâmina poderá abater-te, nem um veneno poderá consumir teu movimento e tua constituição, venha comigo e estarás com quem te ama de verdade. Venha comigo e terás minha eterna lealdade enquanto poderes ser útil ao Destino traçado agora aqui.)

“- Que o coração deste felino, pulsando seu resto de vida seja trocado por este que definhou em seu peito. Venha comigo enquanto coloco em teu peito de guerreiro o coração deste felino que agora sucumbe à morte derradeira. Venha comigo guerreiro! E te chamarei de Legião! Venha comigo Legião! Beba um pouco do meu sangue e sinta a força de minha Confiança em trazer-te de volta... Venha Guerreiro da Morte... Venha caminhar ao meu lado e cumprir teu papel na liberdade que concedo e que agora traça uma nova rota...”

Todos os Necromantes Abnegados quando usam o ritual do Chamado, adotam literalmente estas palavras e ações; seguindo na mesma ordem o ritual do Chamado permite evocar a Vontade e um novo coração ainda pulsante deve ser colocado no lugar do coração morto, logo o Necromante Abnegado corta com sua navalha o pulso esquerdo permitindo então que seu sangue banhe o coração novo dentro do peito daquele que esta sendo chamado... O Necromante Abnegado deve dar um novo nome ao seu chamado e este nome deve ser anunciado no ritual. Depois o peito deve ser costurado com fio de seda, e um pouco de sal e coentro deve ser esfregado na boca do corpo que não tardará em erguer-se e depois de algum tempo também falará, dependendo do tempo que ficou morto poderá ter quase todas as lembranças em sua Memória. Isto permitirá saber até quem ou o que causou sua morte.
O Ritual do Chamado também esta escrito em uma árvore petrificada no meio do Pântano do Nevoeiro em Creviquia. Junto desta árvore existem quatro pedras quadradas com os enigmas do Praticante.

“Sendo eu Senhor da Morte, devo conceber vida aos que já morreram?”
“Sendo eu Senhor da Morte, quando conceber vida aos mortos, estarei sendo justo?”
“Qual a medida de minha Confiança ao conceber uma vida a alguém que morreu?”
“Quantos formarão meu exército de mortos vivos?”

Nota-se que o Senhor da Morte mantém sua preocupação com aqueles que irão seguir seus passos... Ele busca a consciência do ato de erguer aqueles que morreram. Existe uma certeza e uma dúvida, bem assim acontece com o Necromante Abnegado. Depois da decisão clara vem á ética do ato de trazer movimento ao morto que passa ser parcialmente vivo. Seguindo a lógica o enigma terceiro do Praticante questiona se a Vontade reconhece sua própria condição de querer e conceber movimento a um corpo sem Vontade. Uma vida parcial e sem razão, apenas obedecer aquele que lhe ergueu da morte. E por fim o enigma provoca o Necromante Abnegado sobre a soberba, sobre a ganancia e o egoísmo de ter tudo que a Vontade determinar.

O Mosaico do Peregrino. Esta na Cripta de Constância nele um desenho mostra a silhueta do Servo do Senhor da Morte o guerreiro “Legião”. Este Mosaico traz também um enigma:

“Se aquele que levantou pelo chamado cair, a Confiança do Mestre também cairá?”
Neste enigma percebe-se que o Senhor da Morte pergunta para si o que aconteceria se o Guerreiro Legião sucumbisse a morte final? Este acontecimento traria dano ao Senhor? Pois mais adiante o Senhor escreve no Livro Sagrado que para cada servo abatido menos força terá a Confiança. Portanto os Necromantes Abnegados devem ater-se em cuidar bem dos seus servos...

Existe um Livro chamado Peregrinos na Glória da Morte e nele está escrito: "Logo depois do ritual que ergueu o Legião, ambos rumaram para as Montanhas Geladas e lá habitaram uma caverna... Nesta caverna aparecem os escritos do Veterano e consagra a Confiança maior para buscar a Dominação sobre as criaturas que respiram e possuem Confiança menor".

“O que passa na mente do predador além de ser o que é?”
“Sendo o que é o predador poderia ser amansado?”

Toda mente que evolui para estágios mais avançados mostra claramente a necessidade de controlar as que são inferiores. Isto é universal. Contudo, para haver controle real sobre outra criatura, precisa-se de método, precisa-se de concentração e de muita Confiança e Vontade. Os Necromantes Abnegados julgam que este poder pode criar uma ilusão nas cabeças dos seguidores comuns.
Nosso Venerado Mestre confirma que houve um grupo de caçadores que chegaram muito perto da caverna e foi preciso usar a Dominação e seus conhecimentos de Alquimia. O Senhor criou uma ilusão nas mentes usando fumaça com enxofre e pele de Crofatos... Depois em plena concentração o Senhor citou sua voz de comando: “Aqui nada encontraram além de Enxofre e fumaça, voltem pela trilha que vieram e esqueçam este lugar...”
Assim também quando o Verme gigante voltou para habitar a caverna em que eles estavam, o Senhor ordenou sua hibernação... Logo o Verme gigante dormia no fundo da caverna...

Legião passava seu tempo colhendo ouro e pedras preciosas, outras vezes trazia uma carcaça de carne fresca, outras vezes trazia frutas e mel... Logo o Senhor tinha a caverna cheia de riquezas. Pensou o Senhor que havia chegado o momento de rever o lugar em que havia vivido. Decidiu descer a Montanha junto com o Legião.
A vila estava igual. Basicamente nada havia mudado. Foi procurar no armazém as coisas que imaginava comprar... Papel, caneta, tinta, um baú e um machado para seu servo cortar madeira... Talvez usar como arma se precisasse. Depois de trocar ouro pelos produtos que precisava, caminham no centro da aldeia... Foi quando soube que Mabrok estava atrás do Venerado Mestre para mata-lo... Sabendo disto o Senhor da Morte usa enxofre e ervas tóxica e contamina a água da aldeia. Passado um dia Mabrok aparece doente e mesmo assim querendo um duelo com o Venerado Mestre. E foi assim que Mabrok tombou desmaiado nos pés do Senhor da Morte! Com dois golpes de cajado em Mobrok  o Senhor da Morte venceu o duelo.
Um dia depois chegaram os soldados do Rei para a cobrança de impostos...
Existem muitos documentos relatando este encontro na Aldeia de Esperanza que na época possuia uma pequena população. O Comandante das tropas havia combatido ferozmente na fronteira do território. Estavam cansados e isto significava que os soldados estavam sem paciência e a violência acontecia de forma gratuita. Alguns aldeões de andar e ações lentas foram mortos para demonstrar poder e autoridade. O Senhor da Morte assistia tudo de uma casa que havia alugado.

O Comandante Jeokar Trist era conhecido nesta região pelos seus hábitos devassos e suas ações perversas contra os aldeões. Junto com eles vieram nas carroças gradeadas vários prisioneiros feitos na fronteira. Entre eles uma menina Mestiça de pele  aveludada e pálida, magra de olhos verdes e longos cabelos negros. Ela parecia abatida e doente, parecia pedir socorro... Esta foi á sensação que o Senhor da Morte relata ter sentido ao vê-la.

O Senhor da Morte sabia que logo os soldados ficariam doentes também... Sabia que os aldeões o acusariam como o causador desta maldição. Então ordena ao seu servo Legião esconder-se na floresta próxima da aldeia. Enquanto isto o Venerado Mestre ajuda á recolher os cadáveres e leva água boa aos prisioneiros. Logo os soldados começaram a demonstrar os sintomas da intoxicação e o Comandante Jeokar Trist manda reunir todos na Praça da aldeia... Gritava ele ameaçando os aldeões sobre esta maldição que havia acometido seus soldados.

Virginia a Mística da aldeia aponta o Venerado Mestre como o causador da doença. Logo o Comandante Jeokar Trist aproximou-se para interrogar o Senhor da Morte. Em silêncio o Senhor da Morte ouviu as acusações. Depois disse:
“- Para aqueles que desconhecem os enigmas da morte vou contar-lhes o que causa dor em todos trazendo o medo em seus corações. Pois, ninguém ficará imune ao veneno enquanto houver escravos e injustiça contra aqueles que produzem o pão. A dor pode ser curada apenas por aqueles que sabem de onde veio á dor. Eu posso aliviar a dor de vocês se aqueles escravos forem libertados.”

A Mística Virginia grita dizendo que o Venerado Mestre deveria ser morto. Enquanto ela contorcia-se de dor...
O Comandante chama um mensageiro e escreve uma mensagem e em seguida dá ordens de seguir rápido até a cidade de Constância. Depois manda prender o Senhor da Morte junto com os escravos. Foi á oportunidade de chegar mais perto da jovem que havia lhe encantado...

“- Qual seu nome pequena princesa?”

O Senhor descreve este momento como sendo um marco para o enigma que iria se revelar nos dias que viriam...

“- Havia apenas silêncio naquela pequena boca ainda infantil!”
“- Os olhos arregalados denunciavam o medo e os traumas que havia passado. O corpo nu e sujo de poeira, com marcas de sangue entre as coxas magras de menina. Usei minha saliva misturada com ervas e raiz de mandrágora, mascada durante todo aquele momento e umedeci os lábios dela que lentamente sorveu e engoliu. Seus olhos arregalados não afastavam o olhar sobre os meus.”

“- Soube que houve várias mortes naquela noite.”

O Senhor da Morte descreve que naquela noite não dormiu, mas pode sentir o coração de seu servo Legião esperando a ordem de vir salva-lo. Enquanto olhava as estrelas no firmamento escuro o Senhor da Morte sentiu a mão fria da menina. Ela suspirou e pela primeira vez disse algumas palavras...
(- Parece uma Eternidade esta noite!)
O Senhor ficou atônito quando no mesmo instante que ouvia aquelas palavras sua mente viu o enigma escondido naquele único instante. A Noite parece uma Eternidade!

“- Por que preocupar-se com o tempo se temos a Eternidade, um símbolo que por si determina que a morte vencida concede-nos a Eternidade.”

Este é o enigma da Eternidade: “O que importa o tempo se temos a Eternidade?”

“- Como poderei manifestar isto aos meus seguidores?”

Esta foi á pergunta que o Senhor da Morte fez ao perceber este enigma! Com o surgir dos primeiros raios de luz naquela manhã, também as evidências da revelação acontecida ficaram dominadas pelo Venerado Mestre. Este enigma condiciona os Necromantes Abnegados ao estágio superior. Pois logo haveria o momento de salvar os inocentes da escravidão e isto poderia justificar o titulo de Herói.

Chegou junto com o mensageiro o Feiticeiro do Rei Adenor Mastrogildo, todos conheciam e temiam o Feiticeiro do Rei. Ele de forma arrogante examinou o Comandante Jeokar Trist e disse que não conhecia tal maldição e que sentia muito, porém, aconselhou o Comandante matar o Venerado Mestre. Assim vieram os soldados e levaram o Venerado Mestre e os escravos na presença do Comandante para sua ordem final. O Comandante estava sentindo muitas dores e sua pele estava roxa e com voz tremula declara a morte dos prisioneiros. O Venerado Mestre pede o direito de falar pela última vez...

“- Comandante!”
“- Posso curar suas dores, pois realmente fui eu que causei esta maldição pelo motivo mais humano que podemos imaginar. Minha vingança pelo que fez aquela Mística chamada de Virginia!  Ela amaldiçoou minha amada determinando a morte dela e de nossa criança.”
“- Se o Comandante esperar por três dias, tempo que precisa para passar a Maldição, tudo estará normal e saudável. E meu preço é esta escrava, desejo tela como escrava. Conceda-me esta oportunidade e todos serão curados e também lhes contarei sobre a mina de ouro que esta esperando ser garimpada.”

O Senhor da Morte descreve que houve neste momento muitas conversas e conselhos foram dados ao Comandante. Depois de muita discussão o Comandante concedeu os três dias. O Senhor da Morte então recolheu as ervas e serviu chá aos soldados primeiro. Depois serviu alguns aldeões. Com o passar dos três dias o Senhor da Morte ordenou Legião vir ao seu encontro e aguardar dentro da aldeia mantendo-se escondido.
O Comandante manda reunir todos na Praça da aldeia e determina que a escrava seja dada para o venerado Mestre. A jovem ainda assustada ao perceber o que estava acontecendo ajoelha-se aos pés do Senhor da Morte e os beija. Quando o Venerado Mestre abaixa-se para erguer a menina daquela posição humilhante, alguém acerta uma flecha nas costas da menina que tomba quase sem vida. O Venerado Mestre ergue-se e vê o infeliz preparando o segundo tiro que não saiu, pois, o assovio alertou uma ação imediata do Guerreiro Legião. Com um só golpe corta as pernas do arqueiro assassino. O Senhor da Morte pega a jovem nos braços e caminha rápido até a tenda do Comandante onde retira a flecha e com suas mãos hábeis purifica o ferimento da jovem...

A jovem a partir deste dia foi chamada de Eternidade. O Venerado Mestre com sua lâmina escreve o enigma da Eternidade no braço esquerdo da jovem que ainda lutava com a morte. Foi assim que com um pequeno corte na altura do coração que o Venerado Mestre usa seus poderes recém adquiridos. Alguns poucos viram aquilo, entre eles o Feiticeiro do Rei e o Comandante. Depois de derramar seu próprio sangue no coração da Eternidade o Senhor da Morte costura a abertura e beija os lábios dela. Então, erguendo-se pergunta se Adenor Mastrogildo não gostaria de aprender os segredos dos Necromantes. Assim, depois de aconselhar-se com o Comandante, Adenor Mastrogildo seguiu junto com o Senhor da Morte.

Para Eternidade o Senhor da Morte passou a ser chamado de Herói pelo povo de Constância. Ela foi levada nas costas do Guardião Guerreiro Legião enquanto andaram pela trilha Mabrok, depois seguiram pelas trilhas que levam ao Pântano do Nevoeiro em Creviquia, seguindo dai em diante até as Montanhas Geladas nas Tarbatas baixas. Quando começou o terreno nevado a Eternidade caminhou ao lado do Senhor que lhe fez uma túnica feita de couro. Ela sorria e contava suas lembranças de menina Mestiça e peralta na época que viveu em sua aldeia natal.
Assim o Senhor da Morte habitou nas Montanhas Geladas durante muitos anos. Quanto ao Adenor Mastrogildo que neste período nada aprendeu e somente reclamava da vida. Disse então o Senhor:

“- Realmente queres trilhar meu caminho?”

(- Quero aprender trazer os mortos para a vida assim como fizestes!) Disse Adenor Mastrogildo.

Estas palavras selaram o destino de Adenor Mastrogildo. O Senhor da Morte ensina o castigo da dor e da agonia. O Aprendiz foi despido e amarrado com correntes de ferro na parede fria da Caverna. Enquanto o Senhor desfrutava dos carinhos e favores sexuais da jovem Eternidade. Que mostrava um atrevimento sexual provocante. Deixando o Feiticeiro do Rei enlouquecido com tanta excitação sem poder fazer nada para aliviar-se. De tanto chorar e reclamar o Senhor da Morte ordena que Legião amarrasse em uma árvore do lado de fora da caverna e lá deixasse passar a noite. Assim no amanhecer o Senhor da Morte deu-lhe coentro e mel depois soltou o pobre Aprendiz congelado de frio. Passado alguns dias o Senhor da Morte pergunta se ele havia entendido o sentido do sofrimento. Porém nada foi percebido pelo antigo Feiticeiro do Rei.

“- Adenor tu não será chamado mais assim... Teu nome será Martírio e não será reconhecido como Místico Feiticeiro!”

Logo o Senhor da Morte indicou ao seu aprendiz aquilo que ele deveria fazer...

“- Martírio teu caminho será difícil. Pois, muitos desejam aquilo que poucos podem alcançar. Não sei se serás capaz de conseguir, porém meu dever é de ensinar aquilo que reconheço como a disciplina dos que lidam com os mortos e a morte. Os que labutam com a morte e sentem a morte como força e não fraqueza serão os Sacerdotes de minha linhagem... Serão chamados de Necromante Abnegados. O Conhecimento do Ocultismo deve ser alinhado com este Conhecimento que denomino Necromancia. Você entende que a dor é uma manifestação da morte? Você entende que para sentir a morte deverás sentir dor? Sabendo isto, daqui não poderás mais voltar, pois, somente dor, sofrimento sentirás até chegar o fim... A morte final?”

"- Martírio terás que abandonar a ideia de controlar a vida e os encantos que a realidade viva permitem. Aquilo que antes vinha dos teus sonhos, agora virá da consciência da dor e do sofrimento. Abandonar completamente os hábitos de comunhão com a Natureza e abraçar a Decrepitude. Teu esforço será maior que o meu quando comecei o caminho do Necromante. Contudo, terás algo ao teu favor, pois, já tens a Confiança e Vontade necessária no Livre Arbítrio. Isto eu prego como verdadeiro!"

Este texto esta escrito no Livro Sagrado da Morte; assinado pelo próprio punho do Senhor da Morte.
Martírio passou andar nu com uma pedra amarrada em seu membro sexual, comia apenas os restos do Senhor do Morte, dormia sobre pedras frias... Não mais reclamou, não mais questionou até que o Senhor da Morte perguntou se ele percebia a humilhação e a arrogância... Todos que leiam o Livro Sagrado da Morte podem entender que Martírio estava totalmente Abnegado. Porém o Senhor não via ou não queria aceitar isto. E assim o Guerreiro Legião cumprindo as ordens do Senhor da Morte dependurou Martírio em um galho de árvore e bateu nele... Está escrito:
(... O Senhor da Morte sentiu prazer ao ver o sofrimento!).
Naquela tarde Eternidade enternece-se e com carinho ofereceu seu corpo para esquentar o gelado e moribundo aprendiz. Depois ofereceu mel e coentro... Ela mesma desamarra o pobre Abnegado. Ele então diz que não havia mais esperança para ele e que talvez fosse este o seu destino. E no dia seguinte Martírio segue para o Sul em uma tentativa que em sua mente seria inútil. Não lembrava mais o caminho para sua terra e o corpo doía... Estava fraco e desiludido. Estava descrente do Livre Arbítrio...
O Senhor da Morte viu tudo! Apenas esperava sua compreensão sobre tudo que acontecia... O enigma do Mestre aparecia em sua mente pela primeira vez. Agora precisava elucidar a sua própria condição. Castigar Eternidade pela desobediência. Ela interferiu nos ensinamentos que havia prescrito ao Aprendiz agora chamado de Martírio. Punir Martírio ao sair sem avisar, pois a intenção óbvia era de ir para Vila de Esperanza. Mas aos poucos o Senhor da Morte pondera se tudo não fazia parte do mesmo conceito determinado pela própria Confiança que tinha em seus ensinamentos. Isto representava uma realidade contundente e não podia ser ignorada pois de fato o Livre Arbítrio agia naquela ação observada.

“- Posso infligir dor e sofrimento, pois sinto prazer nisto. Meu poder para isto não é diferente do felino ou do Crofato. Também vendo a dor e o sofrimento, posso alimentar meu ego, minha arrogância contra aqueles que abnegadamente seguem meus passos. Que direito possuo para infligir ao outro a morte lenta? Se de fato acredito no direito de ser e fazer para vencer a morte, que direito tenho em escravizar alguém aos dogmas que conceituo verdadeiros?”

O Senhor da Morte diz que este enigma reflete todo âmago dos enigmas. Ninguém possui o direito de infligir á dor e o sofrimento, porém eles existem. Sendo isto uma realidade, como posso abster-me deste domínio? A morte existe? A dor existe? A liberdade existe?

“- Para aquele que pretende dominar a morte, existe apenas um caminho. A própria morte? Não! Os vivos são aqueles que buscam este entendimento. Por tanto, vem daí a necessidade da dor e do sofrimento.”

Ser o Mestre sugere arrogância. Ser o Senhor sugere egoísmo e isto é demonstrado em todas as disciplinas. Mas o Mestre precisa exercer sua função. E outros querem aprender o que o Mestre conhece.

“- A morte aparece com uma pequena fisgada no peito...”                                                                                                                            
“- Isto uma camponesa me disse quando estava morrendo. Pois eu digo que não há dor e sofrimento na morte. Este momento cósmico apenas aparece como uma vasta janela que mostra os outros sofrendo e isto embala minha alegria... Somos mórbidos e egoístas, somos arrogantes e iludidos. Todos nós sentimos e compartilhamos o cosmos, nosso espaço e tempo, contudo, entendemos de forma diferente. Nota-se que cada um possui uma janela e que é isto que revela nossa possibilidade de vencer a morte. A morte é um tema debatido e refletido, porém, quase ninguém enfrenta o fato de sua realidade ser apenas mais uma condição de entendimento do cosmos. Nosso respirar, nossa condição real de desejar e obter magia. Este aspecto revela-se como um labirinto de intenções. Consigo ver minha janela aberta, pois, dominei a morte. Sei que dor e sofrimento são serviçais da morte. Sei que qualquer criatura sucumbe á dor e ao sofrimento. O fim disto a nossa morte. Mas de fato o que morre é o corpo, parte orgânica, parte merda. Somos apenas merda? Não! Somos além do nosso corpo uma força, uma energia que pode culminar na Luz ou na Escuridão, no Amor ou no Ódio ou em outra Vida ou na morte final. Quero que você Martírio entenda que existe dualidade em tua Abnegação. Não seria eu o Senhor da Morte! Se não contestasse tua dúvida escondida em teu sofrimento e dor. Nossa intenção é conviver com á dor e o sofrimento, por tanto, preciso saber o quanto estarás disposto para esta empreitada. Tua tarefa é árdua, pois, terás que reconhecer meus sinais e isto vai requerer mais abnegação e disposição. Contemplarás não somente dor e sofrimento, mas a agonia de buscar um entendimento que se esconde entre lágrimas e risos. Não reconhecerás mais as estrelas como fonte de energia, mas tão somente mais uma manifestação daquela que um dia amei... A Vida! Saberás disso na medida em que adiantares teu passo e encontrares os sinais verdadeiros que irão mostrar teu medo, tua ilusão e ignorância sobre a real condição cósmica. Permita uma prosa com a vida e escolha sempre a morte como fato e considere que tua existência esta presa aos laços que agora assumimos juntos. Eu como o teu Mestre e você como meu Aprendiz. Serei leal e buscarei repostas para ajudar revelar teus enigmas, contudo, tua lealdade será para manutenção de minha causa. Não será fácil! Existem muitas distrações nesta estrada que começa aqui. Nosso enigma comum será revelar nossa condição de ser Mestre e Aprendiz. Quem esta ensinando? Quem esta aprendendo?”

Martírio então depois de ser interpelado pelo Senhor da Morte teve seu entendimento sobre o que deveria fazer para seguir os passos do Venerado Mestre e Senhor da Morte. Entrou no Pântano da Neblina e buscou os sinais...

O Livro Sagrado da Morte, também possui textos do Feiticeiro Necromante Abnegado Martírio de Constância, conhecido como o Discípulo da Morte. Quando da sua volta, foi ele que recebeu a incumbência do Senhor da Morte, para levar ao povo de Constância a palavra sobre o que representa efetivamente a morte. Martírio foi depois do Senhor da Morte o segundo Homem vivo a praticar a Necromancia dos Abnegados. Foi nesta época que as guerras se intensificaram na região próxima da fronteira. O Reino do Oeste, governado pelo Rei Afanês Von Gröochen queria impedir que o Rei Denélos Carin buscasse uma rota pelas colinas até o mar. E parece que tudo tinha motivos velados sobre um caso de traição do passado... Uma história que relata o romance de Beatrice e Angenor, avós de Afanês e herdeiro do ódio que seu avô Péricles deixou quando Beatrice escolheu Angenor, avô de Denélos Carin.
Pois anos depois o Senhor teria uma visão...

“- Eu vi em meu sonho amada Eternidade! Uma multidão esperando meu sinal... Eles estavam assustados e temiam aqueles que traziam espadas em riste. Uma flâmula escarlate com um Dragão negro estava desfraldada na torre da Vila de Constância.”

Eternidade não deixou nada escrito. Porém, encontramos muitos desenhos e símbolos gravados no Livro Sagrado da Morte. Sabemos que o Livro foi montado pelo próprio Senhor da Morte. Ele indica várias passagens que Eternidade havia ajudado nas descrições e imagens daquilo que o próprio Senhor da Morte chamava de imagem daquilo que sempre foi á forma real do ser. Vemos por exemplo que as Criptas sempre seguem como referência a imagem de um triângulo...  E as Abadias possuem a forma de um cone com chapéu, uma torre...
Eternidade sempre aparece como o oráculo do Senhor da Morte. Contudo, muitos sonhos do Senhor da Morte revelaram seus passos na caminhada que seguia na busca da compreensão sobre a influência que a Vontade possui nas realidades que habitam o cosmos. Neste aspecto Eternidade contribuía com o Senhor da Morte construindo as imagens dos enigmas que são chamados de Enigmas da noite eterna. Estes enigmas estão escritos somente no Livro Sagrado da Morte. Ditados pelos sonhos e imagens que o Senhor da Morte e a Eternidade idealizaram. Disse o Senhor da Morte que aquele que atravessou o deserto, o pântano e subiu a montanha, pode desfrutar das sombras das árvores geradas pela amada Vida. Isto implica em ter o controle da Confiança que agora manifestasse com força capaz de mudar a realidade. Deve haver um limite entre o Reino do Senhor da Morte e a Dama da Vida. Este é o Rio que atravessa entre os dois reinos. Os mortos devem viver entre os que enxergam a Decrepitude como força que gera novas perspectivas e transforma a dor e o sofrimento em energia para o novo mundo. Uma Nova Realidade. “Decrépitus est!” Disse o Senhor da Morte nosso Venerado Mestre...

“- Não haverá mágoa entre aqueles que vivem se os que morreram estiverem em harmonia comigo. Pois, sou a chave daqueles que comungam a dor e o sofrimento. Na morte terás a Eternidade como conselheira e também eu como o Senhor. Vejam que para manter o Reino dos Mortos faço um Laço de sangue com os vivos. Que significado teria este ato? Cada questão interfere nas reflexões que vão surgindo. Somente quem possui a Eternidade como Esposa pode ter este proveito. São estes os enigmas da noite Eterna... Por que faço uma aliança com os vivos? Por que carrego no peito o afago da Vida? Mesmo que eu ignore meu poder de Senhor da Morte, qual razão me conduz aos que ainda vivem? Quantos mortos poderão formar meu exército para defender os vivos quando eles vierem em busca da minha ajuda? Serei eu adorado pelos vivos mais do que adoram os mortos? Sendo eles mortos saberiam entender porque meus olhos choram com o sofrimento dos inocentes que são prejudicados pelas as outras forças do cosmos? Sei que o cosmos labuta mais que eu, isto me preocupa e questiono minha Consciência sobre quanta força precisa para manter este ciclo que culmina em meu Reino? Sendo eu Senhor da Morte, Vida a Dama da Vida quem seria o Senhor da Guerra? Quantos Reinos foram formados para haver o equilíbrio que o cosmos propõe? Se de fato existe harmonia no cosmos, significa que algo ou alguém possui Confiança  superior e manifestasse assim na manutenção do cosmos, mas por quê?”

"- Martírio me mostrou a essência do Livre Arbítrio, pois sua escolha foi livre. Eu de fato não obriguei ele ser o que escolheu. Apenas mostrei o caminho que segui e ele seguiu. Uma nova etapa de Enigmas surgem aqui, pois ele abandonou sua realidade de Feiticeiro e veio ao encontro da Decrepitude."

Estes são os enigmas que foram revelados pelo Senhor da Morte junto com a Dama Eternidade. Talvez tenham sido estes os motivos que fizeram o Senhor da Morte vir novamente ajudar os humanos do Reino do Rei Denélos Carin que perdia a guerra diante do ódio que nutria seu rival do Reino do Oeste.

(Foram dias de caminhada até o Pântano da Neblina em Creviquia, depois pela Floresta até chegar na Vila Esperanza. O Comandante Jeokar Trist buscava encontrar o Senhor da Morte já faziam mais de quarenta dias. Na Vila Esperanza soube que talvez o Senhor da Morte estivesse onde de fato estava. Nas Montanhas Geladas. Assim mais nove dias de caminhada sem descanso enfrentou o Comandante Jeokar Trist. Quando lá chegou estava tudo em silêncio... Mas o Guerreiro Legião interpelou o invasor. Parece que foi inevitável que o viajante cansado desmaiasse diante do poderoso Legião. Mas quando foi possível abrir os olhos o soldado do Rei Denélos Carin pode falar e fazer seu pedido. Eternidade acaricia o rosto do pobre fiel e olha para o Senhor da Morte dizendo que as visões estavam claras agora e em seguida ela sai do ressinto. O Senhor da Morte pede para o Legião sair e aproximasse do soldado assustado e ansioso por um sim ao seu pedido.)

“- Sim!”
“- Sabe que terás uma divida comigo?”
“- Entenda que minha presença muda á realidade desta guerra em favor do Rei Denélos Carin e que se eu for, como já disse, estou disposto seguir esta empreitada, teu povo terá que construir uma morada em teu Reino em minha homenagem? E pergunto se isto será feito?”

O Comandante concordou com tudo... Nem uma objeção foi feita aos pedidos do Senhor da Morte que naquele mesmo instante arrumou seus pertences e juntos, todos da Montanha Gelada desceram para Vila Esperanza...

O primeiro ato aconteceu sobre a condição do acaso... Foi descoberto um espião entre os moradores da Vila Esperanza, logo foi morto e lá estava o Senhor da Morte e Eternidade... Ela suspirou com aquela morte e o Senhor da Morte fez beber uma gota do sangue daquele que havia sucumbido á morte.
Eternidade teve a visão ampliada pelo que viu o espião e a aparência em sua mente... Souberam então o que os inimigos planejavam. Foi assim que Eternidade descobre onde as forças militares do inimigo estavam se concentrando e a rota que iriam seguir. Porém, uma ação do inimigo que já estava em movimento não foi possível prever e nem evitar. E o encontro mortal das forças inimigas com os protetores da Vila Esperanza foi inevitável e mortal. O Senhor da Morte ergueu trinta guerreiros mortos para recompor as defesas e isto assustou os inimigos que recuaram depois de quatro dias de combate intenso. Virginia a Mística Peregrina da Tyss que no passado havia amaldiçoado o Senhor da Morte, levando acontecer á morte da Vida e seu filho ainda no ventre, veio pedir perdão e ajoelhada disse que queria ser útil. Neste momento Eternidade veio e ajoelhou-se junto dela e com um beijo na boca da pobre e arrependida Mística da Serpente Tyss, depois olhou os olhos do Senhor da Morte dizendo que naquele lugar havia uma possibilidade e que ela via uma enorme torre onde Virginia derramaria seu sangue para manter a Gloria do Senhor da Morte em uma época distante se o Senhor da Morte pudesse vencer o ódio que nutria por aquela mulher. Virginia estava toda ensanguentada, havia lutado junto com seus filhos e seu poder estava esgotado de tanto uso.  O Laço do Destino com a Serpente Tyss momentaneamente estava fraco e o Acaso entregava Virginia nas mãos da Morte... Isto está escrito no Livro Sagrado da Morte.

“Meu pensamento foi de causar a mesma dor que ela havia desejado, porém Eternidade estava certa. Era o enigma que faltava para minha Ascensão... Sendo eu o Senhor da Morte, aquele que nada mais pode temer... Por que não perdoar alguém que fez o que fez pelos motivos óbvios da lealdade com o desaparecido guerreiro Mabrok e a Serpente Maligna? Como poderei ser o Juiz deste Reino que estou criando se não tiver a ponderação sobre a realidade? Se não souber entender o Livre Arbítrio ditando uma nova realidade?”

“- Vens a mim a mais antiga inimiga. Pedindo, arrependida meu perdão. Isto significa que realmente você foi á causadora da morte de minha Vida. Não serei cruel com você... Mas terás que enfrentar a responsabilidade de tua escolha assim como fez Martírio, isto implica em uma Confiança decidida. Serás sim minha serva, minha seguidora! Entenda que não há outra forma de ter o que você quer? Abandonarás a Serpente Tyss e negarás a maldade e o desejo de causar dano aos que lhe impuser o mal. Seguirá meu caminho onde somente a dor e a morte guiam para a possibilidade de uma nova realidade.”
 
“- Virginia de Esperanza! Diga-me qual o teu maior tesouro?”

(- Meus filhos!)

Virginia respondia sem nem uma duvida no coração. O Senhor da Morte disse que queria ver os filhos junto da mãe. Logo os cinco corpos masculinos e os dois corpos femininos feridos mortalmente estavam na frente do Senhor da Morte. Que fez individualmente a mesma pergunta aos sete filhos feridos.

“- Qual o seu maior tesouro?”

Todos responderam que era a mãe. O Senhor da Morte então abriu o peito de cada filho e arrancou o coração derramando seu sangue depois em cada um deles... Olhando a pobre mãe desesperada que chorava disse à mãe se ela amava tanto seus filhos ela deveria abrir seu peito e deixar seu sangue banhar o coração de cada filho ali presente. Enlouquecida ela fez. Os olhos dela derramavam lágrimas de sangue e quando terminou ela desmaiou... O Senhor da Morte carrega a mulher no colo até acomodar o corpo dela sobre uma mesa. Despiu o corpo dela e costurou, depois costurou o peito dos filhos um a um... Depois deu ordens para todos saírem daquele lugar. Apenas Eternidade deveria ficar ali... Legião ficou de guarda na única porta de acesso e algumas horas passaram. Depois gemidos de êxtase sexual por varias horas podia-se ouvir...
No outro dia chegaram noticias da fronteira e Eternidade partiu para ser um espião e revelar todos os movimentos que o inimigo iria fazer. De mãos dadas Virginia e o Senhor da Morte acordam os sete filhos da Mãe com a Canção dos Abnegados e eles acordaram como se estivessem nascendo novamente...

“- Serão chamados de os Sete Filhos da Mãe de Esperanza... Uma será arqueira e caçadora; outra será a Oráculo da Morte, ela terá a visão, terá esperteza e será a substituta da Mãe; os outros serão guerreiros da morte com a tarefa de proteger esta Vila de qualquer inimigo. E Tu Mãe que recebeu além do meu sangue meu esperma, você deverá representar meu Reino e teu trabalho é construir minha primeira Cripta e depois Abadia... Teu poder de persuasão será grande. Teu poder de Decrepitude será igualado ao meu... Mas somente usará depois que ouvir minha voz. Minha Necromante Abnegada e Mãe que viveu para deixar vivo seus filhos amados, sucumbindo a mais dolorosa humilhação e isto dou meu testemunho. Será conhecida como Abnegada.”

Depois junto com os soldados o Senhor da Morte segue para a fronteira onde aguardaria as informações que a Eternidade com certeza haveria de conseguir. De fato tudo isto aconteceu. A vitória foi arrasadora e o Rei Denélos Carin pessoalmente recebeu o Senhor da Morte no Castelo de Constância. Houve uma grande festa no Reino e finalmente o povo pode chegar até o mar. Foi selado um acordo entre todos os Reinos humanos e assim houve harmonia no território.
Na Vila Esperanza foi erguido a Cripta. A Mãe com seus sete filhos cantavam as canções mórbidas e logo, muitos fieis chegaram para ouvir a palavra que o Senhor da Morte havia permitido ser repedido... E a voz do Senhor da Morte o Glorioso começou ser ouvida e repetida pelo Reino.

E na Vila Constância o Senhor da Morte junto com o primeiro Aprendiz, edificam a Cripta da Glória do Senhor da Morte. Lá Martírio assume como Abade e o Senhor profere seus últimos ensinamentos antes de seguir para seu reduto preferido as Montanhas Geladas nas Tarbatas baixas na Torre de Gelo.

“- Agora meu Reino possui três torres erguidas pelos que acreditam na minha palavra. Este é meu Reino. O Reino da Gloria da Morte. Ninguém habitará comigo sem que reconheça meus enigmas. Apenas os fortes que acreditam em meus preceitos comungarão o meu poder. Decrepitude! Significa conviver com a morte estando vivo ou morto; decretando que a Confiança representa a realidade. Devemos conceber nosso próprio limite. Serei eu uma divindade? Se posso alterar a realidade coletiva e transformar inimigos em fieis seguidores... Isto é um poder dado aos deuses... Seria isto uma nova etapa que culminaria na descoberta de outros reinos mais adiantados e poderosos que o meu? Esta presença seria o Destino,  seria o Livre Arbítrio ou obra apenas do Acaso cósmico ou a presença de um observador? Estarei eu criando os aspectos de uma possibilidade que alimenta a si mesma por toda eternidade? Agora que percebo, na medida do avanço de meus poderes, meus servos diletos também desenvolvem poderes mais fortes ditando uma realidade que eu não criei; seria isto outro limite de minha concepção sem que minha Memória tenha registrado? Estarei eu modelando o Destino ou permitindo novas escolhas?”

Houve este tempo que o Senhor expandiu seus domínios... Esperanza, Constância, Porto das Chuvas, Porto dos Corvos, Castelo Carin, Torre da Neblina e Torre do Gelo nesta ordem foram construído as Criptas para a Glória do Senhor da Morte. Este território os mortos podem caminhar e os vivos podem orar para o Senhor da Morte. Muitos Necromantes Abnegados foram acordados nesta época em que o Senhor da Morte chamou da era sem fim... Entre eles aqueles que negaram suas origens e Senhores. Estes receberam no coração o toque do Senhor Glorioso. Entre eles os humanos comuns como Jeokar Trist que o Senhor concedeu seu próprio sangue e Eternidade deu-lhe o Sopro do Silêncio assim foi chamado de Cavaleiro Triste, aquele que nunca mais falou. Ele é o Comandante dos guardas no Castelo Carin ou Castelo do Cavaleiro Triste. Mastagendór Alicante um Místico Abnegado Abade e Erudito da Torre da Neblina e Cidade de Constância; um dos mais notáveis Necromantes Abnegados do Senhor Glorioso... Aparece em uma das viagens do Senhor da Morte no Pântano da Neblina, junto com seus pais que foram mortos pelos Vermes. O jovem estava mortalmente ferido, porém o Senhor da Morte usou da Alquimia e curou o jovem, depois levou o garoto para os aldeões da Vila Esperanza para aprender os segredos dos Necromantes Abnegados com a leitura dos primeiros livros. Depois de crescido ele foi ao encontro do Senhor da Morte e tornou-se um Necromante Abnegado. O Abade Martírio manteve-se em Constância. A Mãe junto com seus sete filhos ficou para sempre em Esperanza. E a Vila do Gelo ficou como residência do Senhor da Morte, da Eternidade e do Guerreiro Legião.

LEGADO DO SENHOR DA MORTE

(Consciência da realidade da Decrepitude; Ignorar a dor e o sofrimento; ser conivente com a morte);

(Alquimia das ervas sagradas para alimento, poções e elixires);

(Decifrar Enigmas deixados pelo Senhor Glorioso);

(Anular o Sopro);

(Premunição: Atenção; Perceber efeitos do Sopro na realidade);

(Ler a Memória daquele que morreu);

(Falar com os espíritos dos Mestres Necromantes Abnegados);

(Aura Decrépita; causar dor e sofrimento ao injusto);

(Erguer corpo morto comum usando o Ritual do Chamado da Morte, Zumbi);

(Consagrar o Dom da Gloria da Morte aos que escolherem o Caminho do Martírio, Abnegados da Morte);

(Dominar os fracos de Confiança e Vontade);                                                                                                                                                      
(Passagem entre as Criptas);


Última edição por Louis Juson em Ter Jul 26, 2016 9:54 pm, editado 7 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Senhor da Morte   Senhor da Morte EmptyDom Jan 12, 2014 5:10 pm

LIVRO SOBRE OS CAMINHANTES EXCOMUNGADOS...

( Escrito pelo próprio Senhor Glorioso e o Abade Martírio )

Muitas noites se passaram até eu entender os sinais daqueles que se escondem nas sombras com medo de serem descobertos. Pois foi em Creviquia que encontrei o primeiro sinal. Havia rispingos de sangue no chão quando Eternidade, Martírio, Legião e eu chegamos na caverna onde estávamos usando como abrigo. Eternidade logo segurou meu braço e disse:
"- Mestre! Tem uma criatura escondida na sombra das pedras e ela esta com medo..."
Aos poucos Martírio e eu conseguimos ver o corpo escuro sem roupas, olhos da cor do sangue... Tomei a iniciativa e falei com ele...
"- Tenha calma! Não faremos nada para lhe machucar... Quero falar com você... Qual é o seu nome?"
Porém, ouve apenas silêncio...
Eternidade então falou que eu ajudava os mortos com ensinamentos e protegia-os dos vivos que não entendiam o que de fato era a morte.
Foi quando ele deu dois passos para frente e minha tocha acessa pode iluminar o rosto e assim pude ver o semblante... Ele era um Vampiro sem dúvidas!
Depois de contar para ele sobre minhas experiências e que eu era um Necromante adepto do Livre Arbítrio ele apareceu mais confiante e sentou-se em uma pedra onde incontinente deixou sua urina correr... Ele não sentia estas sensações e naturalmente qualquer quantidade de líquido ingerido vinha procurar uma saída... Considerei estranho isto mas continuei minha conversa com ele...
Ele estava com a boca suja de sangue recente e os pelos do corpo ainda estavam vivos. Não havia batimento cardíaco em seu peito.
Continuei falando sobre o sofrimento que passei com a morte de minha sempre amada Vida...
Ele então falou...
"- Meu nome é Yuri e estou nesta condição desde que fui em uma expedição até as Ruínas de Médras no Pântano de Jédras. Nós estávamos procurando o sarcófago do Menduzel. Sabe de quem estou falando?"
Não conhecia nada desta expedição e tão pouco desta Ruína chamada Médras... Mas havia ouvido falar deste Menduzel, ele aparece nos livros de escola. Menduzel foi um dos Patriarcas do Advento (chegada dos humanos em Gehan).
"- Fomos por guiados por um mapa encontrado na Pensão dos Brown na Vila da Ponte. O mapa era bem detalhado e nos levou até na Ruína... Eu preciso contar isto para que outros não caiam em desgraça como aconteceu comigo... Ele esta lá ainda... Menduzel ainda caminha!"
Quando ouvi aquilo fiquei atônito e não consegui mais falar...
"- Mestre permita que eu Martírio seu fiel disciplo prossiga conversando com nosso amigo Yuri?"
"- Sim Irmão Martírio!"
"- Como você ouviu Yuri! Meu nome é Martírio, sou seguidor do Mestre e também sou um Necromante... Mas houve um tempo que seguia outros caminhos e sei quando encontramos algo que não conseguimos explicar... Menduzel não poderia ainda estar entre nós! Já passam de milênios de sua estada aqui entre nós... Talvez alguém que dizia ser ele?"
"- Vocês não estão entendo... Era ele! Haviam muitos sinais além é claro da confirmação dele também... Não tenho dúvida! E foi o irmão dele que me mordeu depois eles fizeram perguntas e fizeram eu beber o sangue... Sorian disse que eu deveria ir embora e espalhar a boa nova..."

Olhei nos olhos de meus disciplos e percebi que a boa nova estava sendo espalhada pela criatura ali na nossa frente... Mas precisávamos tomar uma decisão!

"- Yuri!? Você gostaria de andar com a gente e servir a minha causa? Você poderá aprender mais com sua situação e nós poderemos ajudar você conseguindo coisas e orientando você. Pense nisto e fique até amanhã para podermos conversar mais..."
"- Está bem! Eu vou confiar em vocês... Não tenho mais nada para fazer que me obrigue ir."

Foi assim que descobrimos que o sangue de Yuri nutre o Sopro dele. Seu sangue traz a essência do Sopro e seus poderes são específicos: Aura do Medo (naturalmente os Vampiros transmitem medo com sua presença); Dominação e Esquecimento (eles conseguem vencer mentes com Confiança inferior); Ofuscação (eles conseguem ficar quase invisíveis em lugares onde tem sombras); Potência (possuem uma potência na Força incomum, a Confiança soma na Força); Rapidez (a Confiança soma no Deslocamento); Regeneração (Regeneram danos gastando 1 Ponto de Vida igual Regeneração igual ao Sopro); E todos estes poderes podem ser ampliados gastando sangue igual seu Sopro para dobrarem a Potência e a Rapidez... A duração de seus poderes são iguais a sua Confiança.

Existem segundo Yuri, tipos diferentes de Vampiro conforme suas origens. Os Medjerat's que parecem descenderem do Patriarca Menduzel. Os Nosferatus que parecem descenderem de Sorian o irmão de Menduzel. Estes Nosferatus possuem um poder que pode criar metamorfose em seus membros, substituindo por asas, ossos ou garras.
Segundo Yuri também existem aqueles que servem Menduzel, são criaturas que ainda não são Vampiros. São chamados de Letárgicos. Estes apenas mantém como poder de sangue a Regeneração. Possuem bons órgãos dos sentidos e estão com a aparência sem seqüélas do Vampirismo.

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