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 Histórias de Nelsden

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Louis Juson
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MensagemAssunto: Histórias de Nelsden    Histórias de Nelsden  EmptySeg Jul 08, 2013 11:35 am

A Rota

(Para encontrar aqueles que realmente possuem fé, tornei-me mortal na forma de um menino... Nada mais puro e frágil para buscar entre os humanos a generosidade e a fraternidade. Porém, ignorei a sagacidade dos homens...)

"A primeira passagem"

O deslumbrar da Aurora...

Ninguém na Terra sabe sobre a existência do Horizonte Aurora Boreal...
Existem alguns sinais que poderiam provar a existência deste lugar se eventualmente fossem colocados juntos e alguém fizesse uma avaliação sobre as possíveis interpretações, pois inúmeras possibilidades podem ser conjecturadas. Deve-se dizer que um Diário perdido, escrito por uma prostituta de Nova Orleans, de origem francesa, possivelmente contemporânea à época da colonização desta região, seria um dos sinais procurados; (deste diário nada se sabe).
Um quadro exposto no Saenger Theatre de Nova Orleans, onde uma cantora de ópera mostra em seu pescoço um colar deverás estranho... Uma cruz com extremidades denteadas; (ao questionar sobre a origem da pintura o administrador procurará nos registros do Teatro e encontrará o registro de doação com o nome de Margo Blastengard).
Quando encontrarem Margo Blastengard em um asilo para idosos abandonados com esclerose e senil, descobriram que ela tinha um filho e que este nunca visitou a mãe. Um endereço consta na ficha da anciã que indica o Brasil na cidade do Rio Janeiro e junto um número de telefone; (Quando ligarem para este número uma voz feminina atenderá... ao explicar sobre o assunto a voz dirá que o mais certo seria procurar na cidade de Miami o Senhor John Terensky e dá o endereço).
Em Miami o Senhor John Terensky  dará uma carta e uma Bíblia antiga escrito em alemão...(A Bíblia trará várias anotações feitas em vermelho... Números e desenhos ilustram estas anotações).
Ao saírem John Terensky fala sobre existirem mais coisas antigas da Senhora Margo, possivelmente na casa antiga da Família Blastengard... Localizada na cidade de Orlando também na Florida... Passando o endereço do administrador da propriedade despede-se... (sobre o paradeiro do filho de Margo, John diz que nada sabe).
Quando forem em Orlando, procurem a Imobiliária Lebol, serão levados até a propriedade que fica do lado da Disneylândia; Muitos objetos estarão disponíveis e poderão ser suspeitos... (Livros antigos, uma bussola de ouro, uma ampulheta, uma bengala de prata, vários pinturas e quadros todos empacotados, mapas de navegação, um registro de propriedade de um navio e junto uma carta de licença portuária do Porto de Nova Orleans, com data até o ano de 2024).
Ao visitarem o Navio, “Aurora Boreal”... O letreiro escrito na lateral ainda permite ser lido. O Navio parece estar desmanchando-se, cheiro de podre é intenso... Pode haver moradores indesejados dentro do porão... Durante a noite haverá confronto com uma criatura que se alimenta de sangue; durante o dia haverá uma gang de ladrões escondidos lá dentro e poderão causar aborrecimentos... (Se vencerem o conflito, seguirão a procura até um compartimento fechado, dentro um caixão de madeira preta com argolas de bronze exigirá pericia de ladino para abrir).
Dentro do caixão além de um esqueleto humano, uma pequena caixa de bronze que guarda um medalhão igual ao da cantora de ópera daquele quadro no teatro em Nova Orleans. Embaixo da axila do esqueleto um livro de capa de couro, manuscrito, língua francesa... “Diário de Marie Lebluche”...
Uma investigação mais apurada revelará que Marie Lebluche não possui registro no território americano em época nem uma. Parece que ela era estrangeira e sem registro de nascimento.
Ao traduzir o diário, encontrará a seguinte resposta:
-O Medalhão é uma chave que abre uma porta secreta, em um lugar sagrado; (os escritos sugerem que a porta é só de entrada, não possui saída).
-Os números escritos em vermelho na Bíblia antiga, determinam uma coordenada geográfica indicando uma Cidade próxima a New Orleans, chamada de New Ibérya.
-Uma citação descreve uma espécie de enigma, escrito na carta que estava junto com a Bíblia, parece ter sido escrito por um homem chamado Louis Juson... Na mesma época em que foi escrito o diário de Marie Lebluche...
-Ao ler o Diário encontrará citações sobre uma igreja Anglicana na Cidade de New Ibérya. Esta igreja parece ser um lugar sagrado, chama-se Igreja Episcopal de Ipiphany... O texto do Diário diz que uma chave igual ao do quadro exposto no teatro em New Orleans, serve para abrir uma porta oculta aos pés dos santos do sul... “Uma luz forte sairá do vitral e um vento suave e morno será sentido... Então a luz diminuirá deixando no lugar do vitral uma porta (dimensões de 3,68 de largura por 3,46 de altura). A imagem parece ser de uma floresta, onde grama verde e flores conhecidas como verbenas, maçanilhas, enfeitam junto com o murmúrio de água corrente... uma frondosa árvore aparece mais ao fundo...”
Quando estiverem neste estágio... Aparecerão os guardiões da Aurora... Espécie de tentadores ou sedutores que exigirão vários testes para fortalecer a confiança e trazer a lembrança daquilo que sempre existiu...
Quando passarem não haverá mais volta por este caminho e a chave ficará presa na abertura até que alguém quebre a chave ou descubra como retirá-la. Depois de passarem pelo portal ele volta a sua imagem comum de vitral de igreja.
Dentro do Horizonte da Aurora haverá muito para buscar... E uma nova Rota poderá ser percorrida...


Última edição por Louis Juson em Seg Set 18, 2017 9:00 pm, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Histórias de Nelsden    Histórias de Nelsden  EmptySeg Jul 08, 2013 9:28 pm

A Rota

(Para tirar minha cisma sobre a índole humana, tornei-me um menino. E onde houvesse um homo sapiens sapiens eu
caminhei... Foi quando visitei o Horizonte Aurora Boreal!)

Lembro que um Mestre Místico me recebeu com muita alegria... Fui apresentado aos outros diante daquela árvore
gigante... Haviam alguns que usavam a magia como se ela fosse apenas palavras de uma canção popular. Uma
graciosa Fada chamada Liamara me serviu mel e depois voamos por entre as árvores gigantes...
Sei que fiquei um longo tempo entre eles... O Mestre Místico foi meu guia e professor sobre os assuntos da magia e
da história daquele lugar. Soube então que não havia mais como voltar para a Terra... Claro foi assim que pensei e
acreditei. Meu guia disse que meu destino estava esperando adiante, dentro da grande floresta. Ele me entregou
um caderno de capa vermelha e algumas canetas. Disse que eu deveria escrever tudo que eu pudesse lembrar. Este
foi o meu diário, meu livro que chamei de "A Rota".
Seguindo o conselho do Místico, segui meu destino...

Acordei assustado com todo aquele barulho. Um clarão havia rompido pelo céu e o chão tremeu... Corri para ver o
que havia acontecido e percebi que eu estava perdido... Não reconhecia aquele lugar e tão pouco sabia da
existência das coisas que estava vendo... Parecia grandes colunas de metal, havia muita fumaça e criaturas com
capacetes de luz caminhavam e voavam sem dar importância a minha presença.
Foi quando um deles batei em minha cabeça e então desmaiei...

Sentia muita dor e uma sensação que minha boca estava cheia de água...
Uma pequena criatura lambia meus lábios... Depois descobri que eram as Lifaritas!
Fiquei atordoado ao ver que o céu era verde e as plantas azuis... E as Lifaritas voavam tão belas como as fadas!
O ar era muito puro! Sei que tudo era estranho...
Não lembrava de nada que havia acontecido antes, apenas que minha mãe havia morrido de febre e que apesar de
ter doze anos precisava sobreviver. Eu estava com fome e doía minha garganta...
Corri entre aquelas plantas azuis até chegar em uma aldeia ou vila. Caminhei entre eles que eram semelhantes a
minha raça mas falavam uma língua estranha.
Durante aquele dia ninguém veio me ajudar. Porém...
Alguns estranhos estavam chegando. Eles estavam falando minha língua. Fiquei tão emocionado que não consegui
falar. Eles passaram por mim e entraram na Taverna. Fiquei observando eles e foi quando um deles olhou-me e
perguntou se estava com fome. O nome dele era Ambrós!
Eles tratavam de um assunto muito sério... Podia ver nos olhos deles o grau de preocupação que os afligia.
Ambrós mandou o Taberneiro me servir uma refeição e enquanto comia ouvi tudo que eles conversavam.
Tratava-se de uma investigação sobre criaturas bestiais que um tal de Syél estava criando.
Um dos acompanhantes de Ambrós, me causou medo... Ele era pálido e sua mão quando segurou meu braço ao sair
da mesa, era puro gelo...
Olhei os seu rosto e dois olhos negros fitaram-me, enquanto um sorriso tímido aparecia em seus lábios.
Ambrós percebeu meu medo e disse que eu podia ficar calmo pois o Senhor Tumba era amigo.
Mesmo assim fiquei muito assustado e só consegui ficar calmo quando eles foram embora. Fiquei morando nos fundos do curral e aos poucos percebi que estava em um outro Mundo.
O povoado em que estava morando chamava-se Vila da Ponte e que esta região estava em guerra contra invasores
das estrelas...
Ficava escutando as conversas e sempre que podia roubava alguma coisa para comer. Um Ladino de nome Vermont
ensinou-me algumas técnicas de punga e a falar o idioma local... Em troca eu informava ele sobre as coisas que
acontecia na Vila quando ele ficava ausente.
Ambrós veio conversar comigo de forma amigável e acabei falando sobre o Ladino Vermont. Quando Vermont
voltou soube que eu havia falado demais e quis me matar, porém Ambrós e seus amigos não deixaram e acabaram
descobrindo que Vermont era um dos seguidores de Syél. E logo uma grande batalha aconteceu perto das
Montanhas dos Trinta e Oito... Lugar que mais tarde conheci. Fiquei morando na Vila da Ponte até que um Assassino estranho acabou me encontrando e durante um tempo fiquei preso em um calabouço...


Última edição por Louis Juson em Seg Set 18, 2017 9:01 pm, editado 7 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Histórias de Nelsden    Histórias de Nelsden  EmptyDom Ago 18, 2013 9:39 am

A Rota

(Minha memória aos poucos trazia imagens de outras épocas em que estas sombras podiam ser detidas apenas com meu olhar... Mas porque agora não posso? Por que estou nesta forma frágil e infantil? E esta sombra que propósito terá?)

Já estávamos em casa quando uma visita chegou... Aquela capa azul em um movimento único girava como um carrocel e logo um uma linda mulher estava em minha frente. Seu nome parecia familiar...
Marie Lebluche. Sim! (Aquela que escreveu o Diário e viveu na Terra!)
Eu estava deslumbrado com a beleza dela. Ela me olhou sorriu e beijou-me... Eu conhecia aquele cheiro...
Eu conhecia aquela dama...

Ela me acomodou em seu colo aconchegante e cheiroso... Depois disse!

"- Meu filho! Estou pronta para te ajudar! Consegui um encontro com o Menduzel. Ele quer te ver e tenho certeza que ele vai te ajudar recuperar a memória e então te libertar do destino criado pelo esquecimento... Eu preparei tudo! Apenas diga-me onde esta teu diário?"

Fiquei ouvindo, porém minha mente não estava ali...

"...Havia muito fogo pela cidade... Todos corriam e gritavam... Eu estava vestido com armadura e aquele símbolo... uma ave Fênix pintada no escudo... minha espada era de fogo e meus inimigos eram imensos dragões cuspidores de fogo. Eu caminhava entre eles enquanto as sombras corriam de medo... Foi então que ouvi uma voz pedindo ajuda... Ela era linda como a Marie Lebluche! Era Marie Lebluche! Ela trazia no colo um menino de nove anos ferido gravemente pelo fogo. Coloquei minha mão sobre a cabeça da criança e ela ficou boa... A mulher disse que ela seria eternamente minha devota. Dizia ela desesperada entre risos e lágrimas que faria qualquer coisa para demonstrar agradecimento... Logo sai dali e aniquilei meus inimigos rebeldes... Voltei e dei ordens para encontrar Marie e seu filho. Eles ajoelharam-se com os rostos prostrados ao chão... Minha aparência real podia ser visto pelos espelhos daquela sala de jantar... Quase ninguém tinha coragem de olhar em meus olhos... Ver meu rosto representava uma ousadia mortal. Então abrandei minha aura de poder e com a forma humana ergui-os e juntos comemos e conversamos...")

Agora fazia sentido! Eu havia usado o corpo daquele, ou melhor deste menino para andar entre os humanos e provar suas sensações e descobrir qual é o segredo que se esconde sobre suas origens e criação. Se de fato foi a Luz que os criou, se de fato a luz citada pelos Amidas é o criador Larr! Mas algo deu errado! Por que? Como posso ter esquecido de minha Divindade? Como posso ser uma Divindade e ao mesmo tempo estar coexistindo com uma criança humana? E agora um Vampiro diz que pode me ajudar! Será ele um Místico Necromante poderoso suficiente para Anular esta magia que fez eu esquecer meus poderes e esquecer minha natureza Divina?

Dona Beatrice estava triste! Ela estava contrariada... Não queria deixar eu ir. Porém quando amanheceu eu fui conduzido com a Marie em uma carroça... Viajamos por horas e foi quando reconheci a cidade... Estávamos em Istat... Chegamos na dos Thrumann, logo fomos recebidos e conduzidos para o encontro que estava marcado...

Ficamos em uma sala que cheirava doença e mofo... Uma coisa caiu e ao nosso lado estava ele... A sombra que eu havia visto no julgamento estava junto dele. Ele tinha aparência humana. Pálido. Olhos negros com um brilho escarlate. Sentou-se e depois disse diretamente o que precisava dizer...

("- Você foi alvo de uma magia que busco conhecer por várias épocas que tenho caminhado... Confesso que já estava desistindo de encontrar. Quem fez esta magia possui um artefato de ampliação incomum, pois caso contrário não teria expandido tanto por tantas épocas e por toda esta distância. Não sei dizer quem fez, porém posso dizer que foi aqui e você menino sabe... Você viu quem fez e talvez a solução para o problema seja o sacrifício deste menino... A morte do menino poderia trazer o verdadeiro hospedeiro e assim tudo ficaria bem novamente...")

Quando Menduzel disse isto Marie tirou um objeto cilíndrico de sua mochila e dizendo uma palavra sagrada um cajado de luz surgiu em suas mãos... Os asseclas de Menduzel correram ele porém não... Ele ergue-se e sem esboçar qualquer sentimento veio sobre ela e a mordeu no pescoço... Ela gritou para eu correr... Corri o quanto pude até chegar na rua onde avistei alguns galpões e me escondi...

Foi passado dois ou quatro dias... Houve muitas correrias nas ruas... Eu estava com fome... Resolvi tentar encontrar algo para comer, busquei nos fundos de uma Taberna... Lá havia um bêbado deitado... Junto dele havia um Livro de capa vermelha escrito "A Rota"... Cai sentado... Várias imagens vieram na mente sobre tudo que estava acontecendo e então lembrei do Guerreiro condenado... Eu precisava ajuda-lo, porém não sabia como...


Última edição por Louis Juson em Seg Set 18, 2017 9:03 pm, editado 3 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Histórias de Nelsden    Histórias de Nelsden  EmptyDom Ago 18, 2013 11:09 am

A Rota

(Fui criado pelo fogo... Eu sou o chama que Larr derramou pelo cosmos... Eu existo para manter o equilíbrio entre o eixo da ordem e do caos... Eu sou o eixo! Eu sou apenas um menino! O que posso fazer?)

As notícias entre os humanos correm rápido! Logo Ambrós me encontrou e fui levado como uma criatura possuída por Zunkalon... Eu conhecia este nome...

Novamente na Vila da Ponte pude ver pela última vez o Guerreiro Fênix...

"- Você precisa encontrar o Livro de capa escarlate!"

Foi isto que o Ave de Cinzas me disse.

Mas nesta audiência do Juri, já estava tudo preparado, pude sentir a presença de Menduzel novamente e eu senti medo... Ambrós e Tumba descobriram que Menduzel estava presente e lutaram contra ele... Tumba usava seu Sopro de Necromante para causar dano nele enquanto Ambrós atacava ele com sua lâmina magica em golpes furtivos e mortais... Apesar destes ataques Menduzel atacava seus oponentes de forma fria e contundente... Havia vários cadáveres no chão e aos poucos eles se erguiam juntando-se na luta conforme Tumba animava-os... E em um pequeno descuido Menduzel acaba fugindo...

De alguma forma Menduzel encontrou um jeito de manipular o julgamento. Porém o verdadeiro motivo ninguém sabia. Apenas eu sabia! Menduzel estava me caçando. Ele queria meus poderes e bastava conseguir o Livro de capa Escarlate, meu diário... "A Rota"! Contudo, eu também não sabia como sair dali e isto era desesperador...

Ambrós e Tumba mostravam-se confiáveis... Tinham aquilo que chamo de tino para perceber que nem tudo parecia o que realmente era. Minha fuga foi preparada e sem que ninguém desse conta eu consegui sair... Estava nas ruas novamente... Resolvi encontrar meu diário e comecei procurar por aquele bêbado em todo lugar...

Dias depois descobri que Fênix tinha sido levado pelos Dragonautas para a Fortaleza dos Nogos em Zual. Fênix foi banido.


Última edição por Louis Juson em Seg Set 18, 2017 9:04 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Histórias de Nelsden    Histórias de Nelsden  EmptySáb Ago 31, 2013 3:59 pm

A Rota

(Assim foi percebido meu destino... Um menino que esqueceu seus poderes divinos. Ninguém sabe que um dia habitei o Castelo do Céu! Ninguém sabe que minhas mãos podiam gerar o fogo que depura e ao mesmo tempo, a chama da vida em um corpo já falecido... Ninguém sabe que sou aquele que cismava com sua própria condição divina... Ninguém sabe meu nome... Apenas notei que eu havia escrito "Sisma"!

Ando nas ruas de qualquer cidade... Um dia encontrei Ilda Holtz... Ela me contou sobre uma história que ela havia ouvido sobre um Místico chamado Louis Próspero...
"Louis Próspero almejava conhecer a mais poderosa das magias... Queria igualar-se aos deuses de seu mundo. Porém, durante toda sua vida ele buscou este conhecimento em vão. Conta a história que ele abriu o Portal para o Mundo da Aurora Boreal. Foi Louis Próspero que forjou a Espada do Replicante, relíquia antiga que foi perdida com seu último dono. Dizem que a Espada Replicante podia matar demônios ou anjos, podia abater até as Deidades Dragões. Depois em seu leito de morte, Louis Próspero disse uma última frase... - Confesso que agora entendo... a magia que sempre procurei esteve sempre perto, apenas minha ilusão não permitia encontra-la."
E Louis Próspero morreu... O Pai de Louis Próspero veio ao enterro que aconteceu em uma cidade chamada Constância..."

Hoje lembrei de Ilda Holtz!
Foi estranho nossos encontros... Pois sempre depois apareciam aqueles que vinham me caçar e tudo começava de novo...
Procurei Ambrós e Tumba mas não encontrei. Soube que Ambrós havia se casado com uma Princesa Amida de nome Helenaii...

Já havia escurecido e me acomodei em uma pedreira abandonada... Quando acordei aqueles vampiros estavam sobre o meu corpo dizendo que somente o mestre poderia provar de meu sangue... Fui levado... Dias se passaram e o frio ficou intenso. De noite andávamos rápido para vencer a distância...

Os muros negros indicavam que aquele lugar era uma Fortaleza... Estava na casa do Menduzel. Ele apareceu com um sorriso de alegria dizendo que finalmente poderíamos cumprir os nossos destinos.
Depois que tomei um banho, jantei e fui levado novamente na presença dele... Haviam muitos naquela sala, inclusive uma que eu conhecia... Ilda Holtz...

Menduzel abraçou-me e eu nada senti... Ele caiu e esbravejou palavras em uma linguagem desconhecida e mandou prender-me em uma sela escura cheia de vermes serpentes que por todo o tempo que lá estive nunca me morderam...

Acordei e vi meu corpo adulto... eu havia crescido durante meu cativeiro...
Mas quanto tempo eu havia ficado ali?
Precisava sair... precisava sair...

Notei que as serpentes vermes saiam de um buraco cheio de lama... passei por aquele buraco até chegar na superfície... Sujo e nu, andei o que pude pelo pântano... comecei perceber o sangue que corria dos meus pés... Estava muito frio!
Depois de cair várias vezes enxerguei umas árvores... me arrastei até elas e desmaiei...

Alguém segurou minhas pernas e outros meus braços... estava sendo carregado... Foram os Cavaleiros da Ordem de Querjila que me resgataram... Eles procuravam a passagem para Médras, queriam matar o Menduzel. Depois de recuperar-me e entender tudo o que passava, apesar de não lembrar de minha origem verdadeira, entendi que precisava ajudar aqueles homens. Fui conduzido na presença do líder deles, um homem justo e de semblante honesto olhou-me nos olhos e perguntou...
"- Então homem? Como é seu nome? E como podemos chegar em Médras, já que você falou que veio de lá!"
Respondi que meu nome era Louis Juson e que realmente havia vindo de Médras.
Logo estávamos em marcha... O homem disse que era o Duque de Tygnarr, e que seu nome era Hencker Von First. Disse que era primo do Rei Marcos. Fiquei contente em saber que estava andando com os homens de confiança do Rei.

No caminho olhei e parecia tudo muito familiar... Eu já havia feito este trajeto! Eu conhecia o final desta marcha...

Gritei bem alto para os soldados que pararam no ato. Pedi para meu acompanhante, um Guerreiro Anão chamado de Migo de Larempuque, que deveríamos mudar nosso trajeto ali mesmo e que deveríamos seguir mais para o norte... Outro Guerreiro o Cavaleiro Jean Buljan questionou, precisei contar uma outra história... Como já estava para anoitecer, o Duque Hencker Von First deu ordem para acampar...

"-Senhor Hencker foi quando eu era criança... Era um garoto de rua e andava nas ruas da Vila da Ponte sem saber o que fazer... Lembro que nosso governante Malaquias Thrumann tinha um acordo com os Medjerat's, o povo que serve Menduzel... Menduzel não cumpriu o acordo, e o General Guta Terensky recebeu a ordem de atacar Médras... Eu vi partir aqueles homens que nunca mais voltaram... Havia carroças, catapultas e muitos cavalos bons que pereceram no destino que Menduzel decretou à eles. Quando as tropas chegaram na Vila da Ponte foi um alvoroço... E logo Guta Terensky seguiu com seus cinqüenta mil soldados... Eu fui atras queria ver a guerra que haveria de acontecer com tantos soldados assim... Porém, quando chegaram naquela passagem lá... Apareceu uma luz verde e engoliu todos para dentro e nem sinal deixou... Eles foram levados para outro mundo ou coisa parecida..."

Jean Buljan contestou! Não poderia acreditar em tal sandice. Porém Hencker Von First, atendeu meu aviso e seguiu no outro dia até a entrada verdadeira...

Os Cavaleiros de Querjila foram emplacáveis e massacraram toda a resistência da Fortaleza de Médras, porém Menduzel lá não estava... O Duque Hencker Von First, ficou desolado e depois de fazerem uma busca geral, deu ordem de retornarem para Tygnarr.

No caminho o Duque de Tygnar quis saber mais sobre aqueles acontecimentos do passado...
-Contei-me o que mais sabe sobre os cinqüenta mil desaparecidos?
"-Pelo que lembro ninguém soube mais deles... Sei que Malaquias mandou prender um amigo meu, Ambrós... Mas ele tinha amigos que salvaram ele e logo depois fui feito prisioneiro em Médras ficando lá por muitos anos... Não sei dizer quanto tempo fiquei em Médras..."

Em Tygnarr fui trabalhar na Taberna do "Sem Piça". Um Guerreiro aposentado de nome Aton Brown.

Certo dia fui chamado no Palácio do Duque... Lá estava novamente Ilda Holtz! Sabia que conhecia aquela mulher... Ela me deixava com medo... Ela me cumprimentou e disse estar feliz por eu ter crescido e lembrado dela... Disse que isto era bom para eu lembrar de toda a história...
Na minha cabeça vinha a pergunta, quem é ela?
Hencker Von First, cordial e entusiasmado com sua filha no colo, mandou trazer um volume envolto em um pano amarelo... Era meu diário que havia perdido, mas que Ilda Holtz havia regatado em Médras...

Disse ela...
"-Por mais absurdo que apareça eu quero lhe ajudar... não sei como, mas sei quem é você... Você é um viajante das galaxias assim como eu... Sou terráquea! Sei que você também é. Sei que você é de uma época diferente da minha, mas ambos somos terráqueos legítimos..."

Aquilo trazia singularidade! Ela podia ser alguém que eu poderia confiar e assim resgatar minha verdadeira identidade... Perguntei sobre Louis Próspero... Ela sorriu e com um gesto de carinho, segurou minha mão e com suas mãos frias e dedos finos que então pude ver que Ilda Holtz era uma morta viva... Não era como os Medjerat's que possuíam carne escura e olhos escarlates... Não Ilda Holtz era diferente, apesar da palidez ela possuía olhos azuis e seus cabelos loiros claros ainda tinham brilho... A voz era compassada e seus gestos diziam que era muito inteligente... Ela me deu um abraço! Disse que faltava muitas páginas para escrever e que eu não deveria perder tempo... Depois de despedir-se do Duque ela saiu...
Hencker Von First ainda com a pequena Bondade nos braços, impossível ignorar aquela menina meia Amida no colo do Pai. Bondade era filha legitima de Hencker Von First. Mas ele chamava as meninas abandonadas que o Governador Malaquias Thrumann quis negociar para conseguir os segredos da fundição do brotylian, metal mais duro que o aço e mais leve que o cobre, chamava todas de filha... E assim tratava todas elas... Disse-me ele acompanhando até o pátio do Palácio...
"-Meu amigo sempre que quiser ou precisar venha conversar comigo!"

Ao caminhar para o portão percebi que alguém me observava... Uma das meninas que estava no pátio fazendo treinamento para tiro... Uma linda menina de olhos negros como a noite e com um sorriso de malícia...

Voltei a minha rotina de ser guia para o Monastério de Ambrós... Sim meu antigo amigo Ambrós havia se tornado uma das mais conceituadas Deidades deste Mundo... Tudo vinha na minha mente naquele instante...
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